terça-feira, 13 de novembro de 2012

A DIVERSIDADE GERA O PODER




Nasci num lar pobre. Meu pai era pastor, faleceu aos 36 anos, quando eu tinha 1 mês de vida. Fui criado junto aos meus 7 irmãos e minha mãe, sozinha, debruçou-se sobre o tanque de roupas para sustentar a filharada, a mais velha de 11 anos.

Jesiana, minha esposa, nasceu numa família de classe média. Foi educada com capricho, roupinhas de cassa, bordadas artesanalmente, escola particular, brinquedos e quarto próprio. Teve festa de aniversário desde o primeiro ano de vida. Na igreja, a família do “Zé de Brito”, meu sogro, era considerada gente rica.

Há uma distância cultural entre mim e minha esposa. Não seria para menos, diante do contexto em que fomos criados. Eu gosto de literatura, Jesiana gosta de música. Eu me dedico à pregação, Jesiana aos cânticos. Eu gosto de dormir cedo, Jesiana é noctívaga. Eu gosto de churrasco, Jesiana de massa. Como poderíamos construir juntos um lar sendo tão diferentes um do outro?

É neste palco que a unidade se manifesta. A unidade não carece de igualdade, mas de visão. Somos bem diferentes, mas vemos a mesma coisa. O oposto da unidade é a divisão, cujo prefixo sugere mais de uma visão. Então, se enxergamos a mesma coisa, aí teremos unidade.

Sei que parece simplista relacionar a unidade à visão e finalizar o raciocínio. Mas, creio que em um lar onde o casal vê da mesma maneira certamente haverá harmonia nesta relação.

Unidade não é apenas um relacionamento; unidade não é uniformidade; na família, a unidade não é a ausência das variedades. A unidade no lar é o compromisso e a submissão a uma visão comum. Os diferentes se unem para gerar poder e desenvolver o propósito comum da família.

A diversidade é que gera o poder, desde que seja abastecida pelo mesmo propósito. Isto sugere que duas coisas iguais não podem produzir força. Antes, a unidade se manifesta quando somos diferentes e nos submetemos a uma causa que é maior que nossa ambição pessoal.

A família acaba quando a unidade é perdida.

Quando a visão é maior que nosso medo, somos capazes de abrir mão de algumas de nossas preferências em nome do propósito maior. Mas não é preciso anular as diferenças. Podemos sim, potencializar nossas diferenças e canalizá-las para o cumprimento do propósito. Isto é unidade.

Louvo a Deus todos os dias pela diversidade. Isto foi fundamental para meu ministério: enquanto eu prego, minha esposa canta. Na igreja, isto resulta em muito poder. Na vida pessoal, podemos variar sempre nosso cardápio, seja em casa ou num restaurante. Aprendi a gostar de salada. Aprendi a aproveitar mais a noite. Nossas diferenças me ensinaram o poder da unidade.


Pr. Aécio Ribeiro